quarta-feira, 13 de junho de 2012

Introdução as Leis de Neewton

ntrodução
  Fazendo uma retrospectiva da evolução das ciências, podemos observar que ela sempre se desenvolveu em ciclos de análise e síntese.
  Nos períodos de análise, seguindo uma metodologia própria de pesquisa ( método científico), os homens de ciências buscam reunir o maior número de elementos científicos relativo ao estudo dos fenômenos naturais.
  Já nos períodos de síntese, através da percepção de alguns homens de visão, ela sintetiza na forma de princípios e leis todos os elementos científicos acumulados no passado.

  A Renascença foi um desses períodos. Marcada pela tomada de Constantinopla pelos turnos em 1453, o invento da imprensa por Gutemberg (1398-1468) e o surgimento do gênio de Leonardo da Vinci (1452-1519), este período foi muito propício ao desenvolvimento das ciências, tendo em vista a expansão do sistema capitalista, que em sua fase comercial buscava nos descobrimentos científicos novas  tecnologias que permitissem o avanço das navegações (bússola, astrolábio, mapas,...).
 
Catedral Santa Maria Del Fiore - Florença
       Galileu Gutemberg  Bíblia
Foi nessa época que ressurge o sistema heliocêntrico devido aos estudos de  Nicolau Copérnico (1473-1543), as Leis das órbitas planetárias por Johann Kepler (1571-1630) e o gênio de Galileu Galilei (1564-1642), considerado o pai da ciência moderna, ao introduzir o método descritivo da matemática e da geometria na previsão dos fenômenos da natureza, além de estabelecer as bases da mecânica clássica e a sustentação do sistema heliocêntrico de universo em seu livro Diálogos(1632).
             
              Sistema Heliocêntrico
Copernico Kepler      Galileu
  Atribui-se a Isaac Newton (1642-1727) o papel de grande unificador dos princípios da mecânica, ao relacionar as idéias de movimento, referencial, massa, espaço, tempo e aceleração em um conjunto de leis, publicada em 1687 no livro Philosophie Naturalis Principia Mathematica, além de unificar as mecânicas terrestre e celeste em sua teoria da gravitação universal.
Isaac Newton
  Porém, como disse Newton certa ocasião,

"Se consegui algo novo é porque estava sentado em ombros de gigantes."

referindo-se a Galileu, Kepler e Copérnico.
  Nesse tópico do curso iremos estudar as três leis enunciadas por Isaac Newton:
1ª Lei de Newton
A primeira lei apresenta o princípio da inércia proposto por Galileu, definindo quais os referenciais onde as leis da mecânica são válidas e de forma equivalentes, ou seja, onde todos os fenômenos são descritos da mesma forma.
 
2ª Lei de Newton
A Segunda lei trata das interações das partículas com o meio exterior, mostrando quais os agentes físicos responsáveis pelo movimento.
 
3ª Lei de Newton
A terceira lei trata da resposta dos corpos à ação do meio exterior.
 

 
 
 







Primeira Lei de Newton
Lei da Inércia
   Para os Aristotélicos, o estado natural dos corpos na ausência de forças era o repouso.
  Imaginava-se que todo corpo para estar em movimento dependia da ação de uma força proporcional a sua velocidade.
 
  
  Assim, segundo essa concepção, se empurrarmos uma caixa sobre uma superfície ela entra em movimento pela ação da força aplicada, e quanto maior a força aplicada maior será a velocidade da caixa.

   No momento em que deixarmos de aplicar essa força o corpo tende ao seu estado natural, que é o repouso.


   Para explicar o fato de que mesmo após deixarmos de empurrar um corpo ele ainda continua em movimento por algum tempo, foi criado a idéia do "ímpeto".
   Para os Aristotélicos, no ato de empurrarmos um corpo, transferimos para ele um ímpeto que mantém o corpo em movimento por algum tempo à medida que ele é consumido.

Para os Aristotélicos, o estado natural dos corpos na ausência de forças era o repouso.
 
   Essa visão de movimento, idealizada pelos gregos, foi aceita até o início da renascença, época em que Galileu Galilei lança as bases da mecânica clássica e formula pela primeira vez o princípio do movimento dos corpos fundamentado no método cientifico.
 As conclusões de Galileu forma sintetizadas  na primeira das três leis de Newton.
Também conhecida como Lei da inércia, ela  introduz o conceito de inércia e estabelece quais os referenciais onde as leis da mecânica são equivalentes.
  Apresentaremos a seguir a Primeira Lei de Newton ou Lei da inércia de três formas distintas, porém equivalentes:
e Newton
1º Enunciado

"Uma partícula permanece em repouso ou em movimento retilíneo com velocidade constante quando a resultante das forças externas sobre ela for nula."
 



  Para entendermos este enunciado, apresentamos as duas situações possíveis em que a resultante das forças sobre uma partícula é nula:

I - Partícula em repouso
Na animação ao lado, uma caixa é apoiada sobre uma superfície horizontal (mesa).
Pelo menos duas forças atuam sobre a caixa:
1- Seu peso (), devido a atração gravitacional da terra;
2- A força que a mesa exerce sobre a caixa, impedindo que ela caia.
 Essa força é denominada de força normal ().

   Observe que as duas forças atuam sobre a caixa em sentidos opostos.
  Além disso, para que a caixa permaneça apoiada sobre a mesa, é necessário que as forças e possuam a mesma intensidade.

 Para que uma partícula esteja em repouso é necessário que a soma (resultante) de todas as forças que atuam sobre ela seja igual a zero.
II - Partícula em movimento
  Para analisarmos como a resultante das forças sobre um corpo em movimento pode ser igual a zero, tomamos como exemplo a animação abaixo, que mostra um automóvel movendo-se com velocidade constante em uma estrada retilínea.
 
  Pelo menos cinco forças atuam sobre ele:

1 - Seu peso (), devido a atração gravitacional da terra;
2 - A força normal (), que o asfalto exerce sobre o automóvel;
3 - A força de resistência do ar ();
4 - A força de atrito ();
5 - A força de tração (), nas rodas

  Apesar do automóvel estar sob a ação de cinco forças, ele não está sendo acelerado, ou seja, sua velocidade é constante. Isto é possível, pois, como mostra a animação acima, a resultante das forças na horizontal ( , e ) , bem como na vertical ( e ) são nulas.

Sendo assim, podemos afirmar que:
 

A resultante das forças sobre uma partícula com velocidade constante é igual a zero.
 
   Mas se essa conclusão é verídica, como explicar o fato de que para mantermos um corpo em movimento sobre uma superfície de contato, mesmo com velocidade constante, devemos aplicar uma força, empurrando-o?
  Será que a visão aristotélica de que é necessária uma força para mantermos um corpo em movimento é correta em certas situações?
   Para provar que essa visão é incorreta e que o princípio da inércia de Galileu está em acordo com a experiência, devemos considerar que enquanto empurramos uma caixa, uma outra força, denominada força de atrito (), age no contato da caixa com o solo e em sentido contrário ao movimento, criando um obstáculo ou dificuldade de deslocamento.

 

  Como a força () que aplicamos é maior que a força de atrito () no contato das superfícies, conseguimos colocar a caixa em movimento.
   No momento em que deixamos de empurrar a caixa, o atrito com o solo irá gerar sobre o corpo um movimento retardado até pará-lo.
   Apesar da dificuldade em eliminarmos por completo esses efeitos, sabemos que à medida em que diminuímos o atrito conseguimos manter um corpo em movimento por um tempo cada vez maior.
   Atualmente já se consegue fazer com que trens levitem sobre os trilhos eliminado a força de atrito com os trilhos.
 
 
  Todos esses exemplos vêem nos mostrar que o estado natural de um corpo não é apenas o repouso, conforme imaginavam os Aristotélicos.

Uma partícula está em equilíbrio quando a resultante das forças sobre ela for nula, ou seja, quando sua aceleração for igual a zero.
 
   Este fato nos leva a concluir que existem duas situações em que podemos afirmar que uma partícula está em equilíbrio:





Primeira Lei de Newton
2º Enunciado
 "Todo corpo possui uma propriedade intrínseca chamada inércia que faz com que ele mantenha sua condição de repouso ou movimento retilíneo com velocidade constante, a menos que uma força resultante externa altere este estado."
 
Para entendermos esse enunciado, acompanhe os dois exemplos a seguir:

Exemplo 1
  Um ônibus deslocando-se em um trecho retilíneo de auto-estrada com velocidade escalar constante de 60Km/h.
  Considerando que em relação ao solo (asfalto), todos os passageiros também viajam a 60Km/h, analisaremos quatro casos de movimento do ônibus.

1 - O ônibus continua em movimento retilíneo com velocidade escalar de 60Km/h.
 
  Nesse caso os passageiros permanecem a 60Km/h juntamente com o ônibus.

2 - O motorista pisa no breque (pedal do frio), reduzindo a velocidade do ônibus para 40Km/h e mantendo o movimento em trajetória retilínea.
 
 
  Nessa situação os passageiros tendem a serem lançados para frente do ônibus.
  Se eles não segurarem às barras de segurança do ônibus, com certeza irão sofrer acidentes.
  Esse descontrole que sentimos quando o ônibus reduz a velocidade ocorre porque durante a freada a velocidade do passageiro e do ônibus em relação ao asfalto não são mais iguais.
Durante a freada a força transmitida pelos freios desacelerou o ônibus, reduzindo sua velocidade escalar para 40Km/h.
  Observe que essa força não agiu sobre os passageiros, que mantêm sua velocidade escalar em 60km/h.
  Para que a velocidade do passageiro seja alterada e se iguale a do ônibus, é necessário que ele seja submetido a essa força. Isso ocorre quando nos agarramos a alguma parte do ônibus.
  Após atingir à mesma velocidade do ônibus você pode tranqüilamente saltar as barras de segurança do ônibus, pois estará novamente em equilíbrio.

3 - O motorista acelera o ônibus, aumentando a velocidade escalar de 60Km/h para 80Km/h, mantendo em trajetória retilínea.
 
 
  Nessa situação os passageiros tendem a serem lançados para trás.
Enquanto os passageiros mantêm a velocidade de 60Km/h, o ônibus é acelerado, aumentando a velocidade escalar para 80Km/h.
  Para que a velocidade do passageiro seja alterada e se iguale à do ônibus, é necessário que ele seja submetido à força aceleradora. Novamente isso ocorre quando nos apoiamos a alguma parte do ônibus.

4 - O ônibus mantém a velocidade de 60Km/h, porém descrevendo um trajeto curvo.
 
  Aqui o vetor velocidade do ônibus sofre alterações em direção ao ser submetido a uma força.
  Como os passageiros não estão sofrendo alterações de direção, eles têm a sensação de estarem sendo jogados para fora do ônibus.
  Para resolver o problema, basta que você permita que uma força altere sua direção de movimento, acompanhado assim o trajeto do ônibus. A melhor forma de fazer isso é agarrar-se firmemente às guias de segurança do ônibus.

Exemplo 2
  Suponha dois automóveis em uma estrada reta e a 100Km/h, sendo um deles um carro de passeio e o outro um caminhão carregado.

  Apesar das condições de movimento serem as mesmas para os dois, sabemos que numa freada brusca é mais fácil parar o carro de menor massa, pois ele oferece menos resistência às alterações de velocidade.
 

  Estes dois exemplos mostram que todos os corpos criam resistências às mudanças em suas condições de movimentos.
Além disso, o exemplo 2 nos dá a indicação de que essa resistência  é tanto maior quanto maior a massa de um corpo.

Denominaremos essa resistência de inércia dos corpos.

Do exposto, podemos concluir que:
A inércia é a propriedade da matéria que oferece obstáculos às variações em sua velocidade vetorial.
A massa de um corpo é uma medida de sua inércia

Primeira Lei de Newton
3º Enunciado
  Vamos apresentar a terceira e última versão para a 1ª lei de Newton, e que diz respeito aos referenciais onde as leis da mecânica são válidas.

"As leis da mecânica são as mesmas em todos os referencias onde os corpos permanecem em repouso ou em movimento com velocidade constante, sob ação de força resultante igual a zero."
 
Para entendermos o significado deste enunciado, apresentamos um único exemplo bem simples.
  Fixe um fio de prumo no teto de um ônibus e marque sua direção no assoalho antes do ônibus entrar em movimento.
  Para um passageiro que está no interior do ônibus, e que daqui por diante será nosso referencial, o fio de prumo está em repouso e, portanto em equilíbrio, pois a resultante de todas as forças que atuam sobre ele é zero.

  Suponha que a partir do momento em que fecharmos as portas do ônibus nosso observador tire um cochilo.
  Ao acordar ele verifica que as cortinas das janelas estão fechadas, não tendo como informar se o ônibus está ou não em movimento.

  Concentrando sua atenção apenas no fio de prumo, o observador, utilizando um Walkie Talkie, terá que informar para alguém que está fora do ônibus se a marca fio de prumo continua no mesmo lugar ou sofreu um desvio em relação a sua direção original.

  Durante um trecho do percurso, um observador em repouso à beira da auto-estrada constata que o ônibus desloca-se em movimento retilíneo com velocidade escalar constante (MRU).

  Nessas circunstâncias pedimos ao observador informar, por rádio, qual a situação do fio de prumo.
  De imediato ele informa que está tudo normal, que o fio continua em sua posição original já que nenhuma outra força agiu sobre o fio.
  Observe que a situação que o observador descreve com o ônibus em movimento retilíneo e velocidade escalar constante é a mesma de quando o ônibus estava parado.
  Bem, agora vamos aguardar a situação em que o ônibus sofra alterações suaves em sua velocidade, seja em intensidade (acelerando ou retardando o movimento) ou em direção (fazendo uma curva), e pedir novamente a nosso observador que está no interior do ônibus, para relatar pelo Walkie Talkie a situação em que se encontra o fio de prumo.

 


  Espantado, nosso observador constata que o fio sofreu um pequeno desvio em relação a sua posição original, porém sem um motivo aparente, já que nenhuma nova interação do meio externo agiu sobre o fio de prumo.
 
Como é possível um corpo sair do repouso se nenhuma força está agindo sobre ele?
Apesar do passageiro tentar encontrar a possível interação que justificasse o desvio do fio de sua posição original, nada conseguiu.
 
  Para não dizerem que estava ficando maluco, ele disse que uma força desconhecida denominada força fictícia surgiu do nada, agindo sobre o fio de prumo, desviando de sua posição original.

Ele chama essa força de fictícia pois ela não é fruto de nenhuma interação real do fio de prumo com o meio exterior, aparecendo apenas em função da aceleração do ônibus naquele trecho.

Forças fictícias são aquelas que surgem em referenciais acelerados, não sendo provenientes de nenhuma interação real com o meio exterior.
 
Bem, do exemplo apresentado, concluímos que os únicos observadores (referenciais), que não precisam utilizar o artifício das forças fictícias para explicarem as alterações de movimento de um corpo são aqueles que estão em repouso ou em MRU uns em relação aos outros.
  A esses referenciais, onde as leis da física são descritas da mesma formas, damos o nome de
REFERENCIAIS INERCIAIS.

Referenciais inerciais são aqueles onde as leis da física são válidas.
  Os Aristotélicos além de defenderem que estado natural dos corpos era o repouso, também defendiam que o único referencial preferencial onde podemos observar esse fato era a terra, considerada o centro do universo.
 
Aristóteles
Sistema Geocêntrico
Copérnico
Kepler Galileu
  Na visão de Copérnico, Kepler e Galileu, defensores do modelo heliocêntrico, o referencial privilegiado seria um sistema de coordenadas fixo no centro do sol e os eixos orientados para três estrelas fixas.
Sistema Heliocêntrico



           
 
 
 
 
 
 
  É em relação a esse referencial que se devemos descrever o movimento dos corpos.

  A partir do momento em que Galileu Galilei demonstrou que o movimento retilíneo com velocidade escalar constante (MRU) é, juntamente com o repouso, o estado natural dos corpos, criasse uma infinidade de referenciais inerciais equivalentes (não preferenciais), que se movem relativamente entre si com velocidade constante.

Os referenciais inerciais são todos aqueles que estão em repouso ou em movimento com velocidade constante em relação às estrelas fixas.

Rigorosamente falando, a terra não pode ser considerada um referencial inercial.
Devido ao movimento de rotação em torno de seu eixo, o movimento de precessão e o movimento de rotação em torno do sol, ela é acelerada em relação às estrelas fixas.
Porém, para eventos de curta duração (aproximadamente 2,4h), podemos considerá-la como inercial.
Segunda Lei de Newton
Lei Fundamental da Dinâmica
  Sabemos que as interações de um sistema com o meio exterior ocorrem por intermédio de agentes físicos denominados forças, que em conjunto são responsáveis pelas deformações, acelerações e equilíbrio dos corpos.
Equilíbrio das partículas
  Pelo princípio da inércia, uma partícula está em equilíbrio quando a resultante das forças externas sobre ele for nula, levando a partícula a assumir uma das condições: repouso (equilíbrio estático) ou movimento com velocidade escalar constante (equilíbrio dinâmico).
 
 


 
Deformação dos corpos
Sabemos também que um corpo é deformado quando sua estrutura interna (formada pelas ligações entre moléculas e átomos), não resiste à ação da resultante das forças externas.

Aceleração das partículas
Um outro efeito provocado pela resultante das forças sobre um corpo é a aceleração.
No tópico sobre forças vimos que a aceleração de uma partícula está relacionada com a resultante das forças aplicadas sobre ela, através da expressão:
onde
"  m" representa a medida de inércia da partícula, ou seja, sua massa;
"" é a aceleração adquirida pela partícula;
"" indica a resultante das forças aplicadas sobre o móvel.

Mas como Newton chegou a essa conclusão?

  Isaac Newton, ao estudar o movimento de corpos acelerados, constatou três fatos:
I - Para uma mesmo partícula, quando maior a intensidade da força resultante aplicada maior será sua aceleração.
 
 
  A animação acima mostra dois automóveis idênticos 1 e 2 sob a ação, respectivamente, das forças resultantes e .
  Observe que devido ao fato da intensidade de ser maior que , o carro 1 é acelerado com maior intensidade, mostrando que:
 

A intensidade de aceleração de uma partícula é proporcional à intensidade da força resultante aplicada sobre ela.
|a  ||
 
II - Quanto maior a inércia de um corpo, maior será a força resultante necessária para imprimir determinada aceleração.
 
  Para que as caixas A e B da animação acima sejam aceleradas com a mesma intensidade, constata-se que a força resultante aplicada sobre B deve ser maior que sobre A.
 Este fato devesse à inércia de B ser maior que a de A, dificultando as alterações em seu estado de movimento ou repouso. Para vencer essa inércia é necessário a ação de uma força resultante maior.
 
III - A aceleração adquirida por uma partícula possui a mesma direção e sentido da força resultante sobre ela.

 
  Constata-se que a aceleração adquirida por uma partícula além de possuir intensidade proporcional a  força resultante, ela possui a mesma direção e sentido desta força.

  Newton sintetizou todas essas observações, fruto de suas pesquisas e de seus antecessores, principalmente as de Galileu, e enunciou a segunda lei, também conhecida como lei fundamental da dinâmica:

"A aceleração adquirida por uma partícula é diretamente proporcional à resultante das forças sobre ela e possuindo a mesma direção e sentido desta resultante".
 
 
Unidades de Força
Como toda grandeza, a força também possui sua unidade, que no Sistema Internacional (SI), é o Newton (N), em homenagem a Sir Isaac Newton.




           IMPORTANTE

Unidade de Força no SI
Massa
Aceleração
Força
Kg
m/s2
N (Newton)
   Um Newton (1N), representa a intensidade de força que, aplicada numa partícula de massa igual a 1kg, produz na mesma direção e sentido uma aceleração de intensidade igual a 1m/s2
 

Além do Newton (N), outras unidades de forças são utilizadas. Veja a tabela abaixo:
Outras unidades de Força
Massa
Aceleração
Força
slug
ft/s2
Lb (Libra)
g
cm/s2
dyn (Dina)

  Uma outra unidade de força muito utilizada é o quilograma-força (Kgf).
 
Um quilograma-força (kgf) representa a força gravitacional exercida sobre um corpo de um quilograma num local onde a gravidade (g) vale 9,80665m/s2

  A seguir apresentamos algumas conversões de unidades de força

1 dyn = 10-5N
1 lb = 4,448N
1 Kgf = 9,807N

 
Terceira Lei de Newton
Lei da Ação e Reação
  A terceira lei indica como um corpo responde à ação da força resultante externa.
Por exemplo, quando ocorre uma colisão de um caminhão com um poste, ambos são deformados.

Mas quem amassou quem?
 


 
  O caminhão ao colidir com o poste aplicou sobre este uma força em determinada direção e sentido. Em conseqüência, o poste sofreu deformação em função da baixa resistência do material ao impacto.
Até aqui tudo bem.
Mas e o caminhão?
Ele também foi deformado!
Quem o deformou?
A resposta a esta questão é esclarecida pela 3ª lei de Newton ou lei da ação-reação, que diz:

"A toda força de ação de um corpo sobre outro gera, em resposta, uma força de reação sobre o primeiro, com a mesma intensidade, mesma direção, porém em sentido contrário."
 



  Assim, quem deformou o carro foi a reação do poste, que imprime sobre ele uma força de reação de mesma intensidade, direção e sentido contrário ao da força de ação.




  Observe que nas interações de um sistema com o meio exterior, as forças sempre surgem aos pares (ação-reação), e atuando em corpos distintos.
 
As forças de ação e reação apesar de possuírem a mesma intensidade e sentidos opostos, não se anulam, pois atuam em corpos distintos.
 
  Uma outra característica da 3ª lei é a de que a reação ocorre instantaneamente, independente da interação ser por contato ou a distância.

Vejamos alguns exemplos onde a terceira lei de Newton pode ser observada:

Deslocamento de ar
  O funcionamento do helicóptero devesse à interação das hélices com o ar: a hélice gira, exercendo uma força () sobre o ar. Em reação, o ar exerce sobre as hélices uma força () de mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário, fazendo com que o aparelho seja elevado.

Um outro exemplo é o moto-sky, equipado com uma hélice em sua parte traseira, o que permite seu deslocamento em águas com muita vegetação.
 
 
 
Caminhar
  Quando caminhamos, nossos pés exercem sobre o solo uma força (). Em reação, o solo exerce sobre nossos pés uma força () em sentido contrário.

Observe que é essa força que nos permite caminhar.
 
Box
Quando um pugilista golpeia seu adversário, constatamos o surgimento de um par ação-reação.
Propulsão de foguetes
Quando foguetes e naves são lançados ou desejamos acelerá-los no espaço sideral, gases são expelidos por combustão sob ação de uma força (). Em reação, essa massa de gás exerce uma força () sobre o foguete, impulsionando-o para frente.
 

Remar
A animação abaixo mostra que quando o atleta arrasta o remo para trás, este exerce sobre a lâmina d'água uma força (), para frente. Em reação, a massa de água deslocada exerce sobre o remo uma força (), para trás, responsável pela aceleração da canoa.
 
Axiomas da Mecânica
  As leis de Newton são consideradas os maiores legados que Isaac Newton deixou para a humanidade.
Sua validade foi verificada incondicionalmente por mais de duzentos anos e nos mais variados campos de aplicação da mecânica.
  É através dessas leis que o homem consegue dentre outras coisas, construir prédios e viadutos, colocar aeronaves no ar, projetar automóveis e equipamentos dos mais diversos tipos e aplicações, e a descrever os movimentos dos corpos, inclusive os corpos celestes.
 
O que mais impressiona é que apesar da grandiosidade das leis de Newton, elas estão apoiadas em três idéias elementares ( axiomas), aparentemente simples e óbvias:
1º Axioma
O espaço é absoluto, constante e fixo, não sofrendo interferência da matéria.
2º Axioma
O tempo é absoluto, fluindo continuamente e sem interferência do mundo material.
3º Axioma
Não existe limite para a velocidade dos corpos, podendo ser infinita.

  Por espaço e tempo absolutos, Newton e seus antecessores defendiam a idéia de que o espaço e o tempo são absolutamente independentes dos eventos. Assim, ele parte do princípio de que independente de onde, como e porque ocorrem os fenômenos, o espaço e o tempo não são afetados.
Por exemplo, com base nestes princípios, o comprimento de um objeto ou o intervalo de tempo de um fenômeno serão os mesmos, independente do referencial inercial utilizado na medida.
Estes fatos são tão naturais e aparentemente óbvios, que ninguém, inclusive Sir Isaac Newton questionaria.

No caso da velocidade dos corpos, Newton e Galileu defendiam a idéia de que não existe limite para a velocidade dos corpos, podendo viajar a velocidades infinitas.
 
A mecânica clássica é baseada nos princípios de que o espaço e o tempo são absolutos e que a velocidade dos corpos pode ser ilimitada.
 
  Apesar de aparentemente óbvios, estes princípios que estão embutidas em toda a filosofia da mecânica clássica, foram questionados e revistos por Albert Einstein (1879 - 1955), no início do século XX, ao apresentar a teoria da relatividade especial.
 
Segundo Einstein, além do espaço e o tempo não serem absolutos, existe uma velocidade limite para a matéria, que é a velocidade da luz no vácuo, e cujo valor é de aproximadamente 300.000Km/s.
 



           
 
 
 
 
 
 

  Além disso, segundo as teorias de Einstein, a velocidade de propagação da luz no vácuo é a mesma em qualquer referencial inercial, assumindo sempre o valor de 300.000Km/s.
  Com isso, Einstein demonstrar que a única coisa absoluta na natureza é a velocidade da luz.
 
Para a teoria da relatividade de Einstein, a única entidade absolutamente inalterável no universo é a velocidade da luz.

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